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Ouvíamos o relato de pacientes que tiveram suas vidas divididas com o alcoolismo. Divididas porque anestesiar-se com a droga não é viver, é algo paralelo a isso. Eles haviam usados outras drogas, perdido oportunidades e família. Eles estavam lutando para conseguir se firmar na vida, tentando reconquistar a confiança dos entes e voltar à sociedade.
Um deles, pessoa estudada e de fala fluente, me chamou atenção. Não por causa dessas características, mas pela forma como abriu-nos seu problema. A situação era simples: ele era uma pessoa viciada, que usava medicações para não deslizar de novo e que queria se firmar na vida, apesar de saber que o tempo que ele perdeu não voltará! Mas quando o professor falou da necessidade que ele tinha de lutar contra as drogas, ele falou-nos com uma voz que não vinha da garganta, mas do fundo de seu coração já machucado demais pelas circunstâncias da vida: Será que eu tenho essa força?
Em outro momento, ele disse algo que eu tento incutir na mente, mas isso não é nada fácil. Disse que RESOLVER O PROBLEMA DOS OUTROS É FÁCIL, DIFÍCIL É RESOLVER OS NOSSOS PRÓPRIOS PROBLEMAS e disse que essa era uma oportunidade única de aprendermos antes de por em prática e cobrarem da gente a cura de pessoas com ele.
O interessante é que na nossa posição de observadores das ações dos pacientes, diversas vezes esquecemos de fazer essa auto-análise. E QUEM QUER ENXERGAR SEUS PRÓPRIOS DEFEITOS, SUAS FRAQUEZAS E FALHAS? Sempre fui relutante quanto a diversos aspectos da psiquiatria, e quem me conhece sabe que isso é de muito tempo. Mas devo reconhecer a importância de nos conhecermos, de buscar respostas para o que nos aflige e de ajudar os que sofrem a dor da alma!