domingo, 9 de junho de 2013

Quando os bons se vão

Imagem retirada de http://www.paroquiasantana-ata.org.br/noticia.php?id=373


Sim, ele havia falecido aquela manhã. Os médicos e residentes tinham-me contado muito por cima o que acontecera. Mas na minha cabeça só passava e repassava as inúmeras vezes que me perguntaram como ele estava, se havia se recuperado, se estava conversando...

Ele era um senhorzinho, muitos anos de vida corridos e aparentemente bem vividos. Era daqueles que, em seus mais de 80 anos, ainda era apaixonado pela mulher, ainda conversava horrores com os amigos e sempre arrancava um sorriso dos nossos lábios com seus comentários espirituosos. Não, minha intenção não é parafrasear a música "os bons morrem jovens". Ainda que ele fosse jovem de alma. Nem quero fazer um réquiem a esta doce pessoa que se foi. Quero apenas dizer que conhecemos pessoas fabulosas em nossos atendimentos. Homens, mulheres, idosos, crianças, todos trazendo suas histórias de vidas que se unem às nossas e nos faz entender o porquê de termos escolhido cuidar de vidas. São indivíduos com suas próprias características, suas próprias angústias e que nos engrandece como profissionais. São lindas pessoas que chegam e que partem, sejam para retornar meses depois para um outro atendimento, seja para mudar de médico e não o vermos jamais, seja partir para não mais voltar...