Fotografia de Kim Anderson |
Bem, quando percorremos os corredores olhando leito a leito alguém de quem ouvir a história, algo acontece sem que muitas vezes percebamos: aquelas pessoas nos olham, olham aquelas folhas nas mãos e entendem porque estamos tão curiosos olhando para os quartos. São pessoas das mais diversas origens, não falo só de origem social. São vidas diferentes que se abrem para os nossos ouvidos através de palavras ditas (ou vomitadas) e por palavras não-ditas.
Eu, particularmente, não ouvi meu não ainda... mas alguns dos meus amigos já me contaram suas experiências e eu passei por uma muito próxima a isso. Tratava-se de um rapaz, que aparentava uns vinte e poucos anos e estava com uma fáceis de poucos amigo (não tem essa descrição no Porto®, mas era assim que ele estava!). Quando entrei no quarto e cumprimentei as pessoas, sua mãe já estava rindo (de mim). Com certeza ela - que conhecia mais ele que eu - sabia que ele ia me dizer que "não" estava afim de conversar. Aproximei-me e disse diretamente para ele "bom dia". É, ele nem se deu ao trabalho de responder. Lógico que eu não insisti, afinal eu poderia colher o relato de qualquer paciente, mas GARANTO QUE AQUILO FOI FRUSTRANTE.
Nós temos que entender quando o paciente está ou não disposto a conversar, principalmente porque nós queremos ajudar, e não trazer mais sofrimento. Ele está ali para ser cuidado, e não para ser atazanado. Como foi em uma dessas idas ao hospital "X", em que um(a) Dr(a), discutindo o caso na frente da paciente por "pequenas" três horas, estando a paciente com uma febre a quase quarenta... mas isso é uma outra história!
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