Fonte: crisete.bebeblog.com.br |
"Eu estava no quarto 'ai' me entregaram uma folha que estava dizendo que ele [o bebê] tinha síndrome de Down ... 'ai' a (...) me disse que meu filho era especial"Como é que um diagnóstico desses é dado dessa forma, sem explicações, sem uma orientação sequer. Em pleno o século XXI! A mãe, chorando, DIZIA QUE NÃO QUERIA MAIS FALAR NESSE ASSUNTO. De fato, foi bastante traumático. O pequenininho em seus braços olhava a todos e fazia "bruuuuuuu" com a boca e nos olhava com os olhos tão arregalados de curiosidade. NÃO SABE - AINDA - DA IGNORÂNCIA DO MUNDO, DA FALTA DE INFORMAÇÃO E DO PRECONCEITO QUE APENAS NOS ATRASA.
Agora, dez meses após o nascimento do bebê e ainda com as marcas daquele dia triste, em que se viu sozinha em um leito de hospital do interior, a mãe nos conta como alimenta seu filho e como o prepara em seu crescimento, tão segura de si mesma que quem chegasse naquela hora poderia pensar que o nosso sistema de saúde não tem ranhuras, às vezes, marcas da nossa negligência.
Infelizmente, o despreparo psicotécnico dos profissionais de saúde, em muitas regiões do Ceará e do Brasil, ainda é uma constante. São pessoas que conhecem o que lidam, mas não entendem como os outros vão lidar. Essa criança com síndrome de Down, chamada enfemicamente de "especial", como se isso lhe atribuísse algo a mais diante das outras crianças, provavelmente não terá dimensão do mundo despreparado para o qual ela foi enviada. Quando ela crescer, perguntemos a ela o que teve de especial em sua vida, e ela certamente saberá responder que foi o amor de quem soube acolhê-la.
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