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Ela reclamava de dores na cabeça (onde ele havia esmurrado) e tinha cortes próximo aos olhos. A acompanhante havia dito que não era a primeira vez que isso havia acontecido e que ela "só podia era gostar de apanhar" porque não tomara nenhuma atitude!
O médico começou a atendê-la ao passo que lhe dava lições de moral, do tipo "Largue esse homem" ou ainda "Denuncie na polícia"...
Eu fiquei ali, assistindo ao procedimento e imaginando o que se passava com aquela mulher. E me veio a mente histórias que eu conhecia de mulheres que eram diariamente subjugadas e não tinham opção de simplesmente "deixar seus maridos". Não é fácil! Não é assim como a mídia às vezes pinta, jogar tudo para o alto e seguir a vida. MAS O PRIMEIRO PASSO É NECESSÁRIO, E ESTE É CERTAMENTE O MAIS DIFÍCIL! Das mulheres que eu acompanhei nos plantões, todas tinham as mesmas características: vergonha do que passavam e dificuldade de tomar alguma atitude. Fica claro, então, que não se trata apenas de uma questão de escolha, mas também de ter como se sustentar, de ter quem lhe apóie nessa decisão, de saber que há vida diferente daquela realidade. As mulheres que apanham (ou que são submetidas a outras humilhações) não permanecem nessa situação por livre escolha, mas porque sentem-se fragilizadas para tomar um posicionamento. E é doloroso olhá-las naquela situação!
Absurdo!!!
ResponderExcluirPior que enquanto as mulheres se calarem, isso vai continuar acontecendo.
Basta de tanta impunidade, "Maria da Penha" neles!