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- POXA, DOUTORA. ELA É MINHA FILHA, EU TERIA QUE DAR UM JEITO. FICAR PERGUNTANDO SE EU POSSO PAGAR ISSO OU AQUILO EU DARIA UM JEITO!!!
Mas o que lhe preocupava deveras era o fato de a "doença" da filha ser para sempre, de ela ficar diferente da idealização que as mãe fazem: o filho perfeito, sem manchas, com todos os 20 dedos, educado, esforçado e que todos adoram! Quando penso nisso, lembro do que minha mãe sempre me dizia quando eu ficava horas na frente do espelho, inumerando as dezenas de defeitos que eu encontrava: "Não diga isso, você é perfeita. Você não sabe o quanto eu rezei para que Deus fizesse você assim". Aquilo estava longe de me consolar na época, e hoje, em frente àquela mãe, tive a certeza que a sina de muitas mãe é se desgostar em ouvir as reclamações estéticas de suas filhas... e com aquela mulher não seria diferente, independentemente de ficar apenas naquela manchinha ou não.
Como o provável diagnóstico (uma doença estética, mas que poderia evoluir com manchas em todo o corpo da criança), a mãe se mostrou bastante triste. "Deus que me perdoe, mas preferia até que fosse essa tal de hanseníase, pelo menos tem cura". Dissemos que ela também poderia usar medicações para estabilizar a doença, sem falar na possibilidade de a doença não evoluir por si só, mas eu sabia, independente do desfecho, que aquela mãe passaria pelo mesmo problema de tantas outras mães: convencer sua filha de que ela é linda, dentro da perfeição que é o ser vivo.
Audinne, a garrafa em que você prendeu o lirismo caiu e quebrou-se: tá jorrando lirismo pra tudo quanto é lado. Que bonito.
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