quarta-feira, 16 de maio de 2012

A força dos enfraquecidos


O relato que trago hoje fala do que tenho sentido nesses últimos tempos durante as aulas da faculdade...

De tudo o que consegui ver até hoje na Medicina, uma das coisas que ainda continua a me surpreender é o comportamento dos pacientes. É inevitável pensar em como eu me sentiria estando no lugar deles, não apenas pelas inúmeras situações de constrangimento que por vezes narro aqui, não por conta dos percalços que eles têm que enfrentar para conseguir ser atendidos, mas pela doença em si.
É uma questão de ver a doença como um evento, talvez um meio de aprendizado. Isso eles, os pacientes, têm na maioria das vezes. Algumas vezes me pego questionando o que eles estariam sentindo por estar doentes, mas essa pergunta nunca me foi tão frequente quanto agora, que estou conhecendo a Infectologia e a Oncologia (especialidade que trata de pessoas com câncer). Digo isso pelo conceito prévio que havia formulado de que todo paciente quando sabe que está com câncer chora o tempo todo, por exemplo. Tiro essas expectativas das minhas experiências pessoais, que geralmente não condizem com a realidade.
Deparei pessoas convivendo com a sua doença, e não se lamuriando por tê-la. Não foram todos, é fato, mas todas as vezes em que encontro alguém que continua seguindo em frente, apesar da doença, me lembro do dia em que tive "papeira", que me isolei em um quarto e tive pesadelos horríveis por horas seguidas - achei que fosse morrer! E era apenas "papeira"!
Disso concluo que nós, (futuros) profissionais da saúde precisamos pensar mais sobre o paciente. Pensar se ele está sentindo dor, se ele entendeu o que falamos, se ele sabe qual o próximo passo que deve ser dado para resolver seu problema. Devemos pensar nisso e tentar ajudá-los!
***
Por fim, digo que um dos atos mais bonitos que eu vejo em um consultório é que, finda a consulta, o médico/estudante olha para o paciente e pergunta: "O(A) SENHOR(A) TEM MAIS ALGUMA DÚVIDA?"

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