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A história que vou contar hoje é mais um desabafo. Estávamos em uma aula em um ambulatório de um grande - e importante - hospital. Muito educadamente, o profissional médico explicava alguns assuntos da sua prática ambulatorial a medida que atendia os paciente. Primeiramente, devo ressaltar que algo na postura dele me chamou atenção de cara: ENQUANTO ELE ATENDIA O PACIENTE E NOS EXPLICAVA O CONTEÚDO, ELE ATENDIA O CELULAR QUE NÃO FOI COLOCADO NEM NO SILENCIOSO E QUE NÃO PARAVA DE TOCAR. Era um festival de "diga tia, não tô em casa, não" que não escapou aos olhos e ouvidos de quem estava presente. Via inclusive pacientes incomodados e na dúvida se o médico estava conversando com eles ou com alguém do outro lado da linha. Houve até quem fosse recebido com um caloroso "Tudo bom, bichão?!", foi quando eu tive a dúvida se eu estava no consultório ou assistindo a uma partida de futebol com os amigos.
O fato é que, lá estava ele em um serviço público - com seu jaleco que estampava um famoso convênio da cidade - atendendo os paciente. Então aconteceu o que lhes venho contar: alguns punhados de palavrões foram mencionados sem o menor critério, incorporados a linguagens como "tomografia computadorizada" e "adenocarcinoma". Como eu disse, somos todos suscetíveis acometer erros, porém eu não consegui parar de lembrar daquele velho livro de Alfred Benjamin, "A Entrevista de Ajuda", que fala como o médico deve se portar ante um paciente. PASSEI A ANOTAR O QUE EU ESTAVA OUVINDO E, AO FIM, PODERIA TER FEITO UMA COMPILAÇÃO DE EXPRESSÕES POPULARES ESDRÚXULAS: p*rra, p*ta m*rda, p*ta que pariu, escr*to, é f*oda, vá se f*rrar, o buraco é mais embaixo (¬¬)...
Pois é, não quero com essas palavras parecer puritana, pois conheço todo esse palavriado, mas ainda acredito que deva existir uma postura ética que nos limita o uso delas com os pacientes.
"Suas palavras não me ferem, apenas me mostram seu retrato em uma moldura" Audinne Ferreira
Todos devemos nos preocupar com nossa imagem, especialmente os médicos. E é desde estudantes que aprendemos como se comportar diante de um paciente, dando-lhe o devido respeito. Não que deixemos de nos expressar de um modo mais "popular"(até porque faz parte da nossa cultura), mas que tenhamos o mínimo de bom senso para saber o comportamento devido a cada lugar.
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