quinta-feira, 10 de março de 2011

Menina Nervosa

Fotografia de Kim Anderson

Hoje, durante a aula de ética, me veio uma forte lembrança de infância, uma cena clara de uma ida ao médico. Desta vez, a paciente era eu própria.
O professor falava de um trecho do livro Você pode me ouvir, Doutor?, em que a "carta" da Dra. Glória Diógenes fala de uma de suas idas ao médico e a forma como ele tratou de sua doença - Diagnóstico: menina nervosa!
Nessa minha ida ao médico, minha queixa principal era falta de ar. Ficava dias e dias "puxando o ar", geralmente à noite, o que me deixava (e deixa ainda, às vezes) bastante desconfortável. Minha mãe me levou ao médico que me examinou e o diagnóstico foi muito semelhante: nervosismo. Bem, não sei se era realmente isso o meu problema, mas o fato é que NÓS NÃO PODEMOS SUBESTIMAR O QUE OS PACIENTES SENTEM, O QUE LHES INCOMODA. A mim foi prestado uma consulta com duas coisas a se destacar: primeiro,o médico fez exames reais para descartar outras patologias; segundo, apesar desse esforço, após o diagnóstico o médico "esqueceu" meu caso.
Devemos nos preparar para as questões psicológicas tal qual para as fisiológicas (ou patológicas, como preferir). No texto mencionado, o fato de o médico ter menosprezado o sintoma da paciente fê-la perceber algo que devemos nos atentar nos dias atuais: os exames laboratoriais estão afastando-nos dos pacientes. Por isso eu reitero aqui: ELES, OS PACIENTES, ENSINAM!

5 comentários:

  1. Não sei se foi o caso do que a examinou, mas muitos médicos se bastam do que veem no paciente no momento da consulta e esquecem que por trás daquela pessoa existe uma série de problemas pessoais e familiares que, ao meu ver, também condicionam, pelo menos, uma ausência de saúde. Lembro-me aqui de que, segundo a OMS, "saúde" ou "normalidade" é o resultado da conjugação do bem-estar físico, mental e social. Pena que muitos profissionais desprezam os dois últimos.
    Seu texto suscita uma questão importante. Parabéns pela postagem!!!Confesso que sua sensibilidade é inspiração pra mim. Sabe disso, né, amiga!

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  2. Após uma gravidez ansiosa, uma criaança pode desenvolver bronquite asmática só para CHAMAR A ATENÇÃO, necessitando e auxílio hospitalar...
    Em adulto pode desenvolver por questões de ansiedade associadas... e no entanto, pode nem nunca ser asmática no verdadeiro sentido clínico!
    Curiosidades...

    um anjo

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  3. Que bom saber que meu texto adentrou uma sala de aula de modo tão sensível e qualificado.

    um abraço

    Glória Diógenes

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  4. Obrigada, professora.
    O texto é realmente inspirador!

    ♦ http://pacientesensinam.blogspot.com ♦

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  5. Excelente texto. Parabéns. Na realidade os profissionais da área de saúde devem primeiro ouvir, depois diagnosticar. Boa sorte.

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