quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Como não gostar...?

Imagem retirada de: planetaeducacao.com.br
Timidamente começou a cantar. As palavras saiam dela e ganhavam o silêncio da sala cheia de olhos que a olhavam. Quando eu penso que a medicina não vai mais me surpreender, acontece dessas. Ela cantava um "arco-íris" que lhe tirava daquele mundo e a transportava para um lugar...
"Um dia eu quis subir numa estrela e acordar bem longe numa nuvem"...
 Quando a menina acanhada entrou, não pensava que ela iria cooperar com a consulta. Muito calada, vinha sendo trazida pelos pais. Depois, as história que eu ouvi não condiziam com aquela "criança":  uma moça que sofrera desde criança e que teve uma vida intensa, estudou, brincou, bateu, riu, chorou... O professor disse, de outras consultas, que gostava de quando ela cantava e que conversava com os alunos. Ela nos olhou, hesitou e, por fim, concordou em nos dar essa "palhinha", e esse presente para mim!
Os pais (acredite, nos tempos de hoje, pais irem juntos a uma consulta é muito raro) tinham-lhe um amor inenarrável. Eram prova de que é possível crer em um sentimento verdadeiro e crer na família como unidade.
De repente, olhou para o pai e disse, em bom tom: "Pai, te amo". E para a mãe: "Mãe, te amo". Disse ainda que não sabia porque as pessoas não queriam conversar com ela, já que todos somos irmãos, e aquilo me doeu. Temos tanto preconceito em nossos olhos que ele nos envenena as ações.
Depois ela foi-se, com toda a sua história e toda a sua voz... e eu fiquei com mais esse aprendizado: O AMOR NÃO TEM SANIDADE OU INSANIDADE. ELE APENAS É AMOR!

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