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Ao manusear a sua pilha de exames, o médico nos contava o que havia nos exames da paciente. Ultrassom, exame de sangue, de hormônios... uma pequena lista que contava parte da história pela qual ela passou, mas nada dizia dos seus sentimentos.
Lá pelas tantas, o médico apontou-nos um laudo e disse "feto morto". Apontou-nos uma imagem do ultrassom e disse "feto morto". Apontou a história anotada por outro médico e disse "feto morto"... e nessa sucessão de palavras, olhei para a paciente e vi aquela mulher segura de sua situação chorar. Eram lágrimas abafadas, talvez pela vergonha de se despir os sentimentos ante quase uma dezena de alunos, mas eram lágrimas fortes o suficiente para lacerar meu coração. Como lidar com situações tão íntimas sem sequer se interessar pelo que se passa com o outro? E a imagem de um feto morto veio à minha mente e NÃO PUDE DEIXAR DE PERCEBER O QUANTO TEMOS LIDADO COM HUMANOS DE FORMA TÃO DESUMANA!
Isso que vc descreveu me faz pensar: por que os humanos estão sendo tão desumanos?? A principal resposta que me vem é simples: esquece-se a importância do movimento empático, de se colocar de certa forma, no lugar do outro e tentar sentir o que ele está sentindo, para assim modularmos nossa ação!! Acredito muito que na saúde, falta muito esse fator: a empatia!! Provavelmente esse "profissional" que agiu dessa forma, sequer voltou seus olhar para o olhar dessa paciente...pois o olhar nos diz tudo, fala o que as palavras não dizem...
ResponderExcluirMas o mais importante é que existam futuros profissionais de saúde que pensem, sintam e reflitam sobre essas questões, assim como vc faz Audinne!! Não me canso de afirmar o quanto te admiro por isso, pois é raro encontrar pessoas assim atualmente!!!Parabéns mais uma vez pelo seu trabalho e pelo seu aniversário!!!
Grande abraço!!!
Obrigada pelos parabéns... e continuêmos as rflexõs para fazer sempre o melhor pelos pacientes!
ResponderExcluir♦ http://pacientesensinam.blogspot.com ♦
Ai Audinne, pior é que infelizmente, vemos muitos médicos tratarem as pessoas apenas como um número num prontuário, a maioria (acho que pela rotina) aprendem a se distanciar tanto que é como se eles não estivessem presentes, não há nenhum envolvimento por parte de quem esperamos uma palavra ou um gesto de consolo.
ResponderExcluirEsse seu relato é triste, perder um filho é uma dor insuportável, é dilacerar o coração de uma mãe! Lendo esse texto, e vendo todo o sofrimento dessa mãe, não consigo entender como algumas mulheres encontram coragem para fazer um aborto.
Optar por tirar a vida do próprio filho... Lamentável!
Um beijo e obrigada pela visita ao Fortaleza Nobre :)