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Plantão bastante movimentado, não parava de chegar pacientes: quedas em casa, quedas de moto, tiros, dores abdominais, espancamentos... Paciente após pacientes, todos igualmente necessitando de ajuda. Assim, como é regra em todos os hospitais de emergência, são atendidos aqueles que apresentam potencial risco de morte antes de quaisquer outros. Partindo desse princípios, vários pacientes graves foram sendo vistos, medicados e encaminhados; e havia um casal que aguardava o atendimento.
Lá pelas tantas, quando mais um paciente bastante debilitado chegara e passara na frente do casal, a mulher ficara bastante irritada. É interessante como cada pessoa se expressa à sua maneira. Ela começou a reclamar que não aceitava esse absurdo, que várias pessoas já haviam passado na frente de seu marido, que isso, que aquilo. A médica começou a lhe explicar os procedimentos na emergência, que aquilo era uma regra de todos os hospitais. A acompanhante, por sua vez, disse que só naquela "porcaria" era que isso ocorria e completou: "MAL-EDUCADA É TU, 'BUNITINHA'".
Logicamente, profissionais devem evitar ao máximo o confronto com os pacientes; porém os pacientes precisam também entender que, primeiro, temos limites e, segundo, também trabalhamos sob pressão. Devemos entender que os pacientes e seus acompanhantes estão temerosos como o que pode acontecer de suas vidas, mas nós também temos nossas preocupações. Aquela médica simplesmente se retirou e solicitou que um colega a substituísse. Achei muito legal a atitude dela. Imagine se, em vez disso, ela revidasse!
Os pacientes nos ensinam o amor, mas também nos ensinam com a sua raiva!