Imagem retirada do blog maepreocupada.blogspot.com |
Houve um certo "reboliço" quando aquele jovem entrou na sala. Havia sido espancado por assaltantes que levaram algumas roupas dele (as que ele trazia em uma sacola e no corpo!) e o rapaz foi encontrado inconsciente. Ele estava muito apreensivo, mas, naquele momento, já falava conosco o suficiente para chamar por sua mãe.
Pouco tempo depois, aproximou-se aquela senhora. Mulher forte, já madura, entrou trazendo em seu semblante toda uma preocupação estampada. COMO DESCREVER OS TRAÇOS DO ROSTO DE UMA MÃE QUE VÊ SEU FILHO ESPANCADO IMPUNEMENTE?! Se pudessem ser resumidos a uma palavra, talvez eu escolhesse "desespero".
Feito o atendimento inicial, deixamos que mãe e filho conversassem. Ela queria saber se ele havia reagido ao que ouviu um: "mãe, eles levaram a roupa novinha, que eu acabei de ganhar!". Aquilo me surpreendeu e provavelmente à mãe também. Visivelmente incrédula com o que ele disse, ela falou que ele não deveria ligar para isso, era apenas bem material; que agradecesse, contudo, por estar vivo e sendo atendido...
Mães: estas são o que melhor traduzem o termo preocupação. Em outros plantões, presenciei também essa intensidade de sentimento (como no texto O Grande Amor) e deixo, por fim, uma reflexão aos profissionais de saúde, para que a gente aprenda a lidar com esse forte sentimento, que nos mortifica (a todos) aos poucos:
"Normalmente os homens preocupam-se mais com aquilo que não podem ver que com aquilo que podem" Júlio César, Imperador Romano
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