Pode até parecer um tema enfadonho, mas o aborto é atualmente um dos temas que mais merecem ser discutidos e que precisam ser definidas diretrizes. Inicialmente por mexer em algo tão delicado: a definição de onde começa a vida. Em dois extremos temos: quem acredita que a vida começa na fecundação do óvulo e quem acredita que começa no nascimento. Entre esses extremos, temos outras definições. Como meu intuito não é abordar de maneira científica - e sim expressar uma forma de ver a vida - tratarei o tema do ponto de vista do alvo desse blog: o paciente.
A QUEM IMPORTA O SER QUE SE DESENVOLVE NA BARRIGA SENÃO, ANTES DE TODOS, ÀQUELA QUE O CARREGA POR MESES? Após a própria criança que está a crescer, a mãe é quem irá permitir que no seu corpo se desenvolva aquele novo cidadão, sendo ela quem sofre as pressões (pressões próprias ou de outras pessoas/do meio). Assim, como pode uma mãe não se preocupar quando se vê em uma situação de risco, sem ter como alimentar seu filho? Não digo que isso é justificativa para o aborto, mas é algo a ser levado em conta na abordagem do tema. Outro fato são as gravidezes de risco.
QUANDO "CRIANÇAS" FICAM GRÁVIDAS, A QUEM CONDENAR? Digo condenar porque abortar é condenar alguém a morte e permitir que o bebê nasça é condenar à criança-mãe a uma vida que ela própria não escolheu. Outra coisa que a questão do aborto implica é a família. A imagem de uma família estruturada pouco a pouco se desfaz na mente da sociedade (generalizando, claro!), então será que é crime permitir que uma criança nasça sem a devida estrutura familiar? Ou crime mais grave seria privá-la da vida, para que não sofresse as consequências do meio em que seria inserida?!
É importante ressaltar que
TODA PESSOA QUE COMETE UM ABORTO ESTÁ EM SITUAÇÃO DE RISCO. O risco a que me refiro não é somente o risco financeiro e social, mas o risco psicológico também. Mães que teriam condições de dar uma boa situação financeira ao filho "não-desejado" e cometem aborto o fazem por estarem também em situação de risco. Quantas pessoas precisariam apenas de apoio psicológico para não cometerem o aborto? Então, essa questão é bem mais ampla do que apenas "questão financeira". São jovens com medo da reação dos pais, mulheres que foram abandonadas por seus maridos, mulheres que apanham... são diferentes situações que convergem em um só ato: o aborto.
A enquete feita aqui no blog (Você é CONTRA ou A FAVOR do aborto?) trouxe a tona duas questões a se pensar, que é como anda nosso conceito do certo/errado e como a lei nos ampara quanto a isso. O resultado da enquete foi:
Você é CONTRA ou A FAVOR do aborto?
- Terminantemente contra: 23%
- Dependendo do caso, sou a favor: 53%
- Completamente a favor: 15%
- Não tenho opinião formada: 7%
Como está na nossa Constituição, em geral, as pessoas são a favor do aborto dependendo do caso. Mas isso não quer dizer que é o correto. Para cada item acima há uma justificativa. Quem é "
Terminantemente contra" pode apoiar-se nos preceitos bíblicos que falam contra o assassinato e do qual Deus dá-nos o mandamento "Amar o próximo como a ti mesmo". Quem votou em "
Dependendo do caso, sou a favor" apoia-se no fato de que ter um filho de um estuprador, por exemplo, não é salutar nem para a mãe, tão pouco para a criança - fruto de um ato inescrupuloso. Quem afirma que é "
Completamente a favor" pode garantir-se no direito do indivíduo sobre o seu corpo, que somente ele sabe de todas suas limitações, anseios e desejos. E quem votou em "
Não tenho opinião formada" pode ainda enfrentar muitos dilemas ao ler esse texto, mas o fato é que não é tão fácil pesar o que é mais importante: se o direito da mãe sobre sua vida, se o direito do ser - que é indefeso - de viver!