Autorretrato de goya com o Dr.Arrieta |
Ao chegar lá, em sendo recebido(a) por um residente, disse que NÃO PRECISAVA FAZER AQUELA SÉRIE DE PERGUNTAS, PORQUE ELE TINHA CERTEZA DE ESTAR ENFARTANDO. O residente não continuou a rotina de perguntas e deu seguimento à solicitação de exames, que foram negativos para enfarte. Depois de algum tempo de investigação e através de um palpite aparentemente simples de um residente, o exame correto foi feito e tratava-se de outra doença.
O fato é que o profissional formado em Medicina tem uma grande dificuldade em aceitar a ajuda de um colega e, além disso, aceita a máxima popular de que MÉDICO NÃO ADOECE. É muito difícil para alguém que é treinado para curar encontrar-se em uma situação de fragilidade, como é a doença. Falta no currículo médico o ensino de que somos passíveis da doença e da morte... CONHECEMOS O CORPO, MAS NÃO SABEMOS COMO SER INATINGÍVEIS.
"O profissional da saúde está preparado para a cura, mas é frequentemente angustiado pela morte." Alexandrina Maria da Silva Meleiro em PSICOLOGIA MÉDICA (M. Caixeita, 2005, Ed. Guanabar Koogan)
Lendo o texto lembrei de um fato que minha professora de prática relatou hoje... Um fato que, muitas vezes, ocorre e o profissional médico não valoriza tanto quanto devia é quando o paciente dá o seu próprio diagnóstico 'situacional' (do que está acontecendo e não da patologia em si). No entanto, o médico não valoriza por tender a sempre se ver como dententor da verdade da situação do paciente (imagina quando o paciente é ele mesmo...) Ela continuou contando que ocorre, por exemplo, de paciente chegar relatando: "olhe Dra, meu potassio está elevado, pode me transfundir" e quando se vai verificar é exatamente isso...! Com isso, ela tentou mostrar que o paciente é um dos maiores conhecedores de si mesmo e cabe ao médico ter a humildade de relevar a opinião do paciente e descer um pouco do salto da onipotência, que muitas vezes está presente em muitos profissionais, sendo evidenciada no texto de hoje.
ResponderExcluirBsitos. :*